Título
A construção de corpos com e sem deficiência nas práticas de circulação de conhecimento Xakriabá
Assunto/palavras-chave
Educação especial - Políticas públicas | Indígenas > Indígenas da América do Sul - Minas Gerais | Indígenas Xakriabá - Educação | Pessoas com deficiência - Educação
Descrição
O objetivo central do presente estudo foi examinar como os corpos são constituídos com e sem deficiência, a partir das práticas de circulação do conhecimento Xakriabá, levando-se em consideração suas associações com outros humanos e também não humanos. Buscou-se, nos arcabouços etnográficos da Teoria Ator-Rede (TAR), subsídios metodológicos para a realização da observação-participante, ocorrida no Território Indígena Xakriabá, mais precisamente nas Aldeias Barreiro Preto e Imbaúba, de 2017 a 2019. A escolha teóricometodológica com base nos estudos da TAR se deu porque tal Teoria possibilita a visualização e a análise das agências de atores humanos e não humanos nas práticas comunitárias. Portanto, os referenciais teóricos utilizados alicerçaram discussões sobre a construção histórica do conceito de “deficiência”, suas implicações nas políticas públicas e sua incidência na escola, bem como as percepções de diferentes povos indígenas acerca dos corpos com deficiência. Foram descritos e analisados quatro episódios de circulação do conhecimento, vivenciados na Aldeia Barreiro Preto, dois deles envolvendo práticas escolares regulares e práticas interculturais; e dois sobre práticas cotidianas referentes às relações de parentela. Em nossas análises, foi possível constatar que um mesmo corpo pode se constituir com e sem deficiência, a partir das suas associações e afecções com diversos agentes, sejam eles humanos ou não. Verificou-se que as categorias sobre as pessoas com deficiência existentes nas políticas públicas contribuem para a construção dos corpos com deficiência, explicadas pela visão biomédica do corpo. Observou-se que a rede de parentela e as participações nas práticas comunitárias contribuem para a construção de corpos sem deficiência, por permitir que todos, independentemente de suas diferenças, participem da circulação do conhecimento, de acordo com a capacidade de cada um. Os resultados mostram a importância das práticas comunitárias na construção de corpos sem deficiência e destacam a urgência de se repensar as políticas educacionais voltadas à Educação Especial dos povos indígenas, uma demanda apresentada por eles há tempos.
Contribuidor/colaborador | Orientador
Contribuidor/colaborador | Coorientador
Contribuidor/colaborador | Membro de banca
BORRI-ANADON, Corina | BRUNO, Marilda Moraes Garcia | GOMES, Ana Maria Rabelo
Data
valor lógico
1 de janeiro de 2020
valor textual (criação)
2020
Tipo do recurso
Formato
páginas
224